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Vol. 4. Issue 4.
Pages 421-422 (July - August 1998)
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Vol. 4. Issue 4.
Pages 421-422 (July - August 1998)
AS NOSSAS LEITURAS/OUR READINGS
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O Espectro da Asma Induzida por Agentes Irritantes
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S.M. Brooks, Y. Hammad, I. Richards, J. Giovinco-Barbas, K. Jenkins
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RESUMO

Inicialmente descrita por Brooks SM e col. em 1985 (1), a Síndroma de Disfunção Reactiva das Vias Aéreas (SDRVA), caracteriza-se por um quadro clínico de asma brônquica de início súbito, após exposição a gases, vapores ou fumos com grande poder irritativo. O diagnóstico da SDRVA requer que o início dos sintomas ocorra nas primeiras vinte e quatro horas após a exposição e que esta seja única, maciça e breve.

Várias publicações subsequentes pretenderam modificar os critérios diagnósticos iniciais da SDRVA, incluindo quadros de asma ocorrendo vinte e quatro horas após a exposiçães, exposirções repetidas e com duração superior a um dia, exposições a agentes irritantes em pequenas concentrarções e até foram descritas como SDRYA, síndromas ventilatórias restritivas.

Para esclarecer estas discrepâncias, Brooks SM e col. apresentam uma analise retrospectiva de 86 casos de asma induzida por agentes ocupacionais/ambientais, com o objectivo de: 1. melhor defmir as características clínicas da asma brônquica induzida por agentes irritantes; 2. avaliar a contribuição de factores do hospedeiro tais como a atopia, na sua patogénese.

Foram avaliados três tipos de asma:

  • 1)

    Asma ocupacional provocada por um agente sensibilizante (11 individuos, 13%);

  • 2)

    Asma induzida por agentes irritativos (54 indivíduos, 63%);

  • 3)

    Asma não relacionada com a exposição ocupacional/ambiental (21 indivíduos, 21%).

Do 2° grupo - asma induzida por agentes irritativos – emergiram duas apresentações clínicas distintas:

  • a asma de início agudo (29 indivíduos) (SDRVA) – em que as manifestarções clínicas se iniciam imediatamente ou algumas horas (até 24 horas) após uma exposição acidental breve e maciça e

  • a asma de início não tão agudo (25 indivíduos) – em que a exposição ao agente irritante não é tão breve, frequentemente não é maciça, prolongase para além das 24 horas e o início do quadro clínico de asma é mais tardio.

Verificaram que 88% dos indivíduos do grupo da asma de início não tão agudo evidenciaram uma diátese alérgica/atópica (p < 0.01), enquanto apenas 52% dos indivíduos do grupo da asma de início agudo eram atópicos (número ainda elevado, mas estatisticamente não significativo). Verificaram igualmente que alguns dos indivíduos alérgicos/atópicos com presumível asma de início recente, tinham antecedentes de asma que permanecera quiescente durante pelo menos um ano antes da exposição a agentes irritativos (16 indivíduos).

Os autores salientam a importância da distinção entre a asma induzida por agentes irritativos de início não tão agudo, a asma ocupacional induzida por agentes sensibilizantes do local de trabalho e a asma de início agudo (SDRVA) provocada pela exposição maciça a agentes irritantes do local de trabalho.

COMENTÁRIO

O pneumologista devera saber distinguir entre os diferentes tipos de asma desencadeada pelos agentes ambientais/ocupacionais, já que a estas poderão corresponder diferentes etiopatogenias (atopia? sensibilização? toxicidade directa?).

Matos MJ e col. (1994) (2) também distinguem a SDRVA e a asma ocupacional e alertam para a necessidade de se proceder a uma investigação cuidadosa dos factores que precedem o início da asma bronquica do adulto, tendo em consideração que a SDRVA poderá vir a tomar-se numa causa de absentismo laboral, reforma antecipada ou incapacidade para a realização de algumas tarefas.

Promisloff R e col. (1990) (3) recordam ainda que uma única exposição acidental, pode afectar múltiplos indivíduos no local de trabalho.

Palavras-chave:
Síndroma de disfunção reactiva das vias aéreas
Asma induzida por agentes irritantes
Asma ocupacional
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BIBLIOGRAFIA
[1.]
S.M. Brooks, M.A. Weiss, I.L. Bernstein.
Reactive Airways Dysfunction Syndrome (RADS).
Persistent Asthma Syndrome after High Level Irritant Exposures. Chest, 88 (1985), pp. 376-384
[2.]
M.J. Matos, A.P. Simao, J.H. Paiva de Carvalho, A.J.A. Robalo Cordeiro.
Sindroma de Disfunção Reactiva das Vias Aereas: a propósito de um caso clínico. Poster apresentado no XQ Congresso de Pneumologia da SPPR, Lisboa 1994 e publicado em Arq.
SPPR, 11 (1994), pp. 377
[3.]
R.A. Promisloff, A. Phan, G.S. Lenchner, A.V. Cichelli.
Reactive Airway Dysfunction Syndrome in Three Police Officers following a Roadside Chemical Spill.
Chest, 98 (1990), pp. 928-929
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