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Vol. 11. Issue 4.
Pages 426-428 (July - August 2005)
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Vol. 11. Issue 4.
Pages 426-428 (July - August 2005)
AS NOSSAS LEITURAS
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A utilidade da broncofibroscopia na avaliação da tosse crónica
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T. Barnes
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Resumo

Os autores efectuaram uma revisão retrospectiva de 6 anos em 48 doentes, observados no Departamento de Medicina Interna da Clínica de Mayo (Medicina Intensiva e Pulmonar), submetidos a broncofibroscopia para esclarecimento etiológico de um quadro de tosse crónica.

Os critérios de inclusão no estudo foram a presença de tosse com mais de 3 semanas de evolução, sem aparente causa, radiografia e ou TAC torácica sem alterações, exclusão de asma brônquica, refluxo gastroesofágico e rinorreia posterior e idade superior a 18 anos.

O objectivo do trabalho foi o de avaliar a utilidade da broncofibroscopia em doentes com tosse crónica e radiografia torácica normal. Os trabalhos existentes previamente sobre este tema são contraditórios.

Ao analisarem os resultados, verificou-se que, à inspecção visual broncofibroscópica, 37 doentes (82 %) não apresentavam alterações, 9 tinham sinais de bronquite (eritema, secreções e inflamação), 1 doente tinha uma mínima redundância da aritnóide e 1 uma pequena placa traqueal.

Nos 27 doentes em que se efectuou exame bacteriológico das secreções brônquicas, em apenas 3 casos se isolaram organismos potencialmente patogénicos. Estes 3 doentes foram medicados com antibiótico dirigido para a bactéria isolada, sem resolução da tosse, concluindo os autores que provavelmente se tratava de colonização, contaminação ou agente não directamente relacionado com a tosse.

O exame citológico das secreções brônquicas foi realizado em 33 doentes e não revelou alterações, excepto num caso com atipia escamosa reactiva.

As decisões terapêuticas baseadas na broncofibroscopia indicaram que este exame em nada contribuiu para o diagnóstico etiológico da tosse crónica.

Os autores deste estudo concluíram que a broncofibroscopia não auxiliou o diagnóstico etiológico da tosse crónica no contexto de uma radiografia torácica normal. As alterações endoscópicas e diagnósticas observadas poderiam ter sido detectadas com exames mais simples e que a broncofibroscopia não resultou em nenhuma alteração terapêutica ou beneficio directo para o doente.

Na experiência dos autores, a TAC torácica é mais útil na avaliação da tosse crónica em doentes com radiografia torácica normal. Mesmo na exclusão do tumor endobrônquico, o facto de um doente ter tosse crónica e radiografia torácica normal torna este achado raro ao efectuar-se broncofibroscopia.

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