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Vol. 18. Issue 6.
Pages 255-256 (November - December 2012)
Vol. 18. Issue 6.
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Editorial
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O amor não se agradece
Love is not thanked
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Carlos Robalo Cordeiro
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carlos.crobalo@gmail.com

Autor para correspondência.
Presidente da SPP (Triénio 2010/2012)
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I – No final do triénio 2010/2012, é obrigatório e justo que se assinalem os mais diversos contributos que permitiram desenvolver o programa com que esta Direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) se apresentou a eleições, em novembro de 2009.

Em primeiro lugar, salientaria a coesão interna e a vivacidade construtiva de toda a equipa Diretiva, capaz de pensar e executar em tempo útil a estratégia implementada. Foi extremamente motivador fazer parte de um grupo intelectualmente tão estimulante e solidário.

O trabalho em equipa facilita e agiliza os procedimentos, pelo que incluo nesta alusão a disponibilidade permanente do Secretariado da SPP.

Há muito que as comissões de trabalho constituem o cerne e o motor da nossa sociedade. Assim aconteceu igualmente neste triénio, com as múltiplas e excelentes atividades que estes grupos organizaram e promoveram, pelo que se ficará sempre devedor às respetivas coordenações e aos secretariados que agora também cessam funções.

A renovada estrutura Editorial da Revista Portuguesa de Pneumologia (RPP) iniciou uma nova era da RPP, com uma dinâmica que creio imparável. Todo o Corpo Editorial terá contribuído para esta revolução tranquila, mas será da mais elementar justiça destacar o relevante papel visionário dos Editores Chefe e Associado.

É óbvio que as direções anteriores da SPP rasgaram o caminho, elevando e consolidando o nome da Pneumologia, possibilitando desta forma um contínuo evolutivo com sólidas fundações.

Mas a base do eventual sucesso residiu nos associados, e também nos amigos e mesmo nos críticos, todos fundamentais para a renovação que se possa ter alcançado.

Nada ou muito pouco se poderia ter realizado sem o apoio da indústria farmacêutica, que estará, assim, também de um modo institucional, sempre associada ao desenvolvimento do conhecimento médico pneumológico.

II – Foi desta forma possível contribuir para o aperfeiçoamento do «ambiente respiratório» nacional, tendo em mente, fundamentalmente, 3 áreas que se entenderam como estratégicas e passíveis de interligação, a componente Editorial e de Comunicação, o apoio à Formação e a Internacionalização da nossa sociedade, que têm sido ampla e abertamente discutidas em inovador formato Brainstorming.

Nesta perspetiva, a RPP, tendo alcançado o primeiro Fator de Impacto em 2011, consolidou a sua trajetória supranacional; a newsletter Oxigénio, inserida num site significativamente remanejado, pretende contribuir para que nos conheçamos melhor; e as intervenções mediáticas que se promoveram, inseridas, ou não, em campanhas internacionais (Flashmob DPOC, World Spirometry Day 2010 e 2012, entre outras), concorreram para que nos conheçam mais e melhor, interna e externamente, como se pôde observar nos destaques dos sites da European Respiratory Society (ERS) e da European Lung Foundation.

As recentes ações promovidas, como Best Trainees, Curso de Ecografia Torácica (1.° evento oficial da SPP nos Açores), novas bolsas em colaboração com a indústria e um fundo exclusivo da SPP para a formação, inovação e investigação em Pneumologia, pretenderam impulsionar o aumento do conhecimento e da formação para internos e pneumologistas. Neste sentido, foram também criadas, em paralelo às comissões de trabalho, núcleos de interesse em diversas áreas da patologia respiratória, tendo-se igualmente iniciado o cabal funcionamento de registos nacionais de doenças.

Os congressos nacionais registaram audiências record, sempre superiores a 600 presenças, e constituíram oportunidades de celebração de protocolos com sociedades científicas (Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar) e outras instituições. Foi também nestes fóruns, cujo programa passou, a partir deste ano, a ser disponibilizado em aplicação Android, para iPhone/iPad, que se encerrou o Capítulo Europeu do Ano do Pulmão, em 2010, e que se realizou o 1.° Curso Pós-Graduado ERS/SPP, em 2011.

Aliás, a proximidade com esta sociedade culminou, este ano, numa participação nacional diversificada e fora do comum (discriminada no n.° 3 do Oxigénio) no Congresso Anual, em Viena, e que incluiu igualmente a apresentação formal da candidatura de Lisboa à organização de um congresso da ERS.

Internamente, o triénio não poderia ter terminado de forma mais consistente, com a constituição do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, no âmbito da Direção-Geral da Saúde.

Julgo que teremos cumprido a nossa obrigação.

III – Sejam-me permitidas, por último, algumas notas de maior intimidade.

Durante este triénio, a Pneumologia ficou muito mais pobre. Deixaram-nos os segundo e terceiro Presidentes da SPP, Professores António Robalo Cordeiro e Manuel Freitas e Costa, figuras cimeiras e determinantes na nossa sociedade científica. Transmito, agora, não apenas o meu profundo agradecimento biológico, a quem tudo me possibilitou, mas também a expressão sincera de sentimentos duplamente filiais de enorme saudade.

O amor não se proclama, sente-se, vive-se e potencia-se.

O amor também não se exibe, por isso, Guida, registo apenas a cumplicidade com que atenuaste a exigência destes últimos anos, suporte indispensável para os transpor o mais serenamente possível. Só assim tudo faz sentido.

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