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Vol. 10. Issue 6.
Pages 517-518 (November - December 2004)
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Vol. 10. Issue 6.
Pages 517-518 (November - December 2004)
AS NOSSAS LEITURAS
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Significado clínico do isolamento bacteriológico do lavado brônquico nos doentes com cancro do pulmão
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Takashi Mitui*, Toru Rikimaru*, Rumi Gohara*, Kiminori Fujimoto*, Yoshiko Sueyasu*, Takeharu Koga*, Hisamichi Aizawa*
* Department of Internal Medicine, Kurume University School of Medicine, Kurume, Japan
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RESUMO

Nos doentes com cancro do pulmão, as pneumonias têm uma mortalidade elevada; contudo, os agentes patogénicos envolvidos não estão esclarecidos devido à contaminação habitual da expectoração.

Este estudo tem como objectivo fazer a identificação das bactérias isoladas nas secreções brônquicas obtidas por broncofibroscopia.

A população era constituída por 431 doentes, incluindo 210 com adenocarcinoma, 119 com carcinoma espino-celular, 17 com carcinoma de grandes células, 73 com carcinoma de pequenas células e 18 com outros cancros.

O lavado brônquico foi efectuado com 20m1 de soro fisiológico seguido de biópsia transbrônquica.

As culturas dos lavados brônquicos foram negativas em 112 doentes e revelaram a e/ou não Streptococcus hemolítico em 14 doentes, Staphylococcus pneumoniae em 14 doentes, Pseudomonas aeruginosa em 12 doentes e outros microrganismos em 42 doentes.

Em 16 doentes foram identificadas as mesmas bactérias quer na expectoração quer no lavado brônquico.

Quando o Grupo A (negativo, a e/ou não Streptococcus, Neissema e Candida) é comparado com o grupo B (positivo para outros agentes patogénicos), a febre é significativamente mais frequente no grupo B. Estas bactérias podem colonizar os pulmões dos doentes com cancro e podem estar relacionados com os episódios febris após a broncoscopia, causando problemas clínicos durante a quimioterapia.

COMENTÁRIO

As infecções pulmonares, particularmente as pneumonias, complicam frequentemente o curso do cancro do pulmão, sendo muitas vezes a causa de morte última.

Os factores locais e sistémicos do cancro do pulmão predispõem os doentes para infecções pulmonares, assim como para outras infecções. Contudo, as bactérias mais frequentemente envolvidas nestas situações não estão completamente esclarecidas, obrigando a maior parte das vezes a uma terapêutica empírica. Assim, analisando os resultados deste trabalho, achamos que a broncoscopia é um método diagnóstico não só do cancro mas também no diagnóstico etiológico das infecções respiratórias e/ou pneumonias destes doentes. Os autores constataram que as bactérias patogénicas podem colonizar os pulmões sem causarem sintomas, sendo por vezes as mesmas que estão a colonizar a orofaringe. Perante estes factos, as bactérias patogénicas isoladas nos SB e no lavado brônquico parece terem importância clínica quando não são as mesmas isoladas na expectoração e orofaringe, cujo tratamento com antibioticoterapia dirigida pode reduzir as complicações dos doentes a fazer quimioterapia.

Apesar de poder haver colonização pulmonar sem sintomatologia, a maior parte dos resultados também permite afirmar que a febre pós-broncoscopia não obriga sempre a tratamento de urgência e que não influencia a sobrevida deste grupo de doentes. Contudo, o tratamento etiológico, orientado pelos exames bacteriológicos culturais do lavado brônquico, pode ser útil prevenindo os episódios de febre de determinados doentes que complicam a quimioterapia.

Palavras-chave:
Lavagem brônquica
cancro do pulmão
febre
bactéria
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